"Horas benditas, leves como penas, Horas de fumo e cinza, horas serenas..."_Florbela Espanca. E este será um recanto para um encontro de amigo(a)s, para tomar chá ou café, receitas caseiras em doses de afectos ou outros sabores de boa disposição...ah: e sobre ditos, mitos & ritos...

03/01/2009

Novo Ano... Janeiro-09: CALENDÁRIOS


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Calendários


O que são os calendários?


Os primeiros calendários eram instrumentos destinados a fornecer as indicações astronómicas ou astrológicas (dia e mês). Normalmente eram construídos com dois ou mais discos perfurados e marcados que, ao serem posicionados correctamente entre si, forneciam os valores desejados.

Actualmente, calendário é um qualquer sistema de contagem de tempo, relativamente longo (maior do que um dia).
Os calendários actuais são formados por um conjunto de regras baseadas na Astronomia e em convenções culturais. O calendário é uma escala que divide o tempo em dias, semanas, meses e anos.



Como surgiram?
Os calendários surgiram com a necessidade de o homem contar o tempo e controlar as suas actividades. Surgiram inicialmente para pequenos períodos de tempo (dias e semanas) e posteriormente para programar os plantios e colheitas, determinados pelas estações. Mas a determinação precisa dos dias de início de uma estação e de fim da outra só era feita por sacerdotes muito experientes, que tivessem financiamento para construir e manter os observatórios, que eram caros e precários _ normalmente eram os reis que financiavam os sacerdotes, por isso, era difícil para os agricultores fazerem uma determinação precisa do início e do fim das estações.

A partir dessa necessidade os sacerdotes elaboraram os calendários que eram registos escritos dos dias e onde eram marcadas datas de cheias, plantios e colheitas. As estações ocorriam e ocorrem de forma regular a cada 365,25 dias, que é a duração do nosso ano. Então, bastava fazer a contagem correcta dos dias e marcar os dias de início e fim das estações como os temos hoje (21 de Junho _ início do Inverno; 22/23 de Setembro _ início da Primavera; 21/22 Dezembro _ início do Verão e 21 de Março _ início do Outono).





O nosso calendário

A duração exacta do ano é 365,242199 dias. Esse não é um número inteiro de dias, ou seja, o ano dura: 365 dias + 5 horas + 48 minutos + 47 segundos, que é o tempo necessário para que a Terra dê uma volta completa em redor do Sol. Por causa da falta de precisão nas observações, os antigos arredondavam para 365dias + 6 horas. Porém, se somarmos seis horas a cada ano, em quatro anos as estações ficam desfasadas um dia.
Daí existir o ano bissexto, ou seja, a cada quatro anos o ano tem 366 dias para que as estações não fiquem desfasadas com o passar do tempo. Se não houvesse o ano bissexto, em 360 anos o Inverno estaria a começar no Outono, ou seja, o início de todas as estações estaria atrasado 90 dias. Em 720 anos o Verão estaria a começar no Inverno.
A sugestão de inserir um dia a mais a cada quatro anos foi feita pelo astrónomo Sosígenes de Alexandria ao imperador Júlio César no ano 46 a.C. e por isso esse calendário passou a ser chamado de "Calendário Juliano" em homenagem ao imperador.


CURIOSIDADE

O calendário actual é mais preciso do que o calendário Juliano e considera o ano correctamente ou seja, 365 dias + 5 horas + 48 minutos + 47 segundos, menor que 365 dias e 6 horas.
Como só é possível contar o ano usando dias inteiros, a solução foi ajustar a contagem através da colocação ou retirada de anos bissextos (anos com 366 dias) nos anos que são múltiplos de quatro. Para entender melhor essa contagem vamos transformar o ano correcto em fracções de dias, ou seja, 365 dias + 1/4 dia - 1/100 dia + 1/400 dia - 1/3300 dia.

Dessa maneira basta olhar o denominador e o sinal da fracção para saber de quantos em quantos anos o ano bissexto existe ou deixa de existir. Exemplificando: (+1/4) representa que todos os anos múltiplos de 4 são anos bissextos, mas (-1/100) representa que todos os anos múltiplos de 100 não são bissextos, mesmo sendo múltiplos de 4 e (+1/400) representa que todos os anos múltiplos de 400 são bissextos mesmo sendo múltiplos de 100. Então o ano 2000 foi bissexto, porque é múltiplo de 400, mas o ano 1900 não foi e o ano 2100 também não será bissexto, pois são múltiplos de 100. Assim as estações nunca ficam desfasadas
Este é o calendário mais preciso que existe, é chamado de "Calendário Gregoriano"_ o calendário que nós usamos actualmente. Foi apdotado em 1582 pelo Papa Gegório XIII, com o objectivo de determinar correctamente a data da Páscoa. Mesmo antes de existir o telescópio as observações astronómicas já eram bastante precisas para conseguir saber a duração exacta do ano.

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Outros Calendários


Na antiguidade a comunicação entre os povos e principalmente entre os sacerdotes de cada nação era difícil devido à demora no transporte das informações, por isso trocar informações era algo muito demorado para que os calendários fossem os mesmos. Além disso, cada rei queria impor sua autoridade e impunha o calendário que lhe era conveniente. Por essas razões muitos calendários foram criados. Os principais eram:

Calendário Babilónico: o ano não tinha um número fixo de dias. O ano era dividido em 12 meses lunares de 29 ou 30 dias cada, o que somava 354 dias. Para acertar a data das estações do ano os Babilónios adicionavam um 13o mês a cada três anos, assim as estações não ficavam muito defasadas com o passar do tempo, mas essa adição do 13o não era muito regular, por causa da dificuldade no trânsito das informações. Também faziam a divisão do mês em semanas de sete dias.

Calendário Egípcio: é um calendário baseado no movimento solar. O ano tinha 365 dias, divididos em 12 meses de 30 dias que somam 360 dias e mais 5 dias de festas depois da colheita. Os egípcios tinham conhecimento de que o ano tinha 365,25 dias, mas até serem invadidos pelos romanos no século I a.C. não faziam a correcção de adicionar um dia a mais a cada quatro anos.

Calendário Grego: baseado nos movimentos solares e lunares, seguindo um padrão parecido com o calendário babilónico, porém a intercalação do 13o mês era bem mais desordenada.

Os índios americanos - Maias, Aztecas e Incas também tinham calendários baseados principalmente no mês lunar.



Hoje em dia temos basicamente três calendários em vigência no mundo. Um deles é o calendário que nós usamos e que conta os anos a partir do nascimento de Cristo, ou seja, o ano em que Cristo nasceu foi o ano 1, outros são os calendários muçulmanos e israelitas que não consideram o nascimento de Cristo e por isso apresentam anos diferentes do nosso.
O calendário israelita é baseado no babilônico. Uma curiosidade é que o dia desse calendário _ tal como o muçulmano _ se inicia com o pôr do Sol e não a 00h00min como o nosso calendário. O primeiro dia de cada ano novo não pode cair na quarta, sexta ou domingo. Se isso acontecer o início do ano é transferido para o dia seguinte.


As divisões dos calendários

As unidades básicas dos calendários são os dias. Os dias normalmente são agrupados em porções maiores que formam as semanas e os meses as estações e os anos. Esses agrupamentos ocorrem para facilitar a contagem como fazemos naturalmente com os números. Os seres humanos tinham a necessidade de contar a passagem do tempo e descobriram que a própria natureza se encarregou de fornecer agrupamentos que ajudavam nessa contagem.

As semanas: Existem dois motivos que fizeram os antigos agrupar sete dias para formar uma semana; um deles é baseado nas fases da lua. Se já observou as fases da lua perceberá que entre o quarto crescente e a lua cheia passam-se sete dias. Vimos que muitos calendários são baseados na lua para formar os agrupamentos.
Outro motivo que deu origem a esse agrupamento de sete dias para formar a semana eram os astros visíveis no céu a olho nu. Na antiguidade podiam ser vistos sete astros no céu _ que não eram estrelas; o Sol, a Lua, e cinco planetas: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. Por isso muitos povos deram a cada dia da semana o nome de um desses astros. Em muitos idiomas esses nomes estão presentes até hoje, veja a tabela abaixo.



















Astros - Espanhol - Italiano - Inglês - Português


Sol - Domingo - Domenica - Sunday - Domingo
Lua - Lunes - Lunedi - Monday - Segunda-feira
Marte - Martes - Martedi - Tuesday - Terça-feira
Mercúrio - Miercoles - Mercoledi - Wednesday - Quarta-feira
Júpiter - Jueves - Giovedi - Thursday - Quinta-feira
Vênus - Viernes - Venerdi - Friday - Sexta-feira
Saturno - Sabado - Sabato - Saturday - Sábado


Os meses: Tiveram a sua origem, em quase todos os calendários, nas fases lunares. Inicialmente os meses tinham 28 ou 29 dias, mas isso fazia com que o ano tivesse 12,5 meses o que dificultava um agrupamento coerente. Com o passar do tempo a comunicação foi se tornando mais fácil, a veiculação de calendários ficou mais simples e as dificuldades em dividir o ano em meses, foram sendo solucionadas aos poucos.
Surgiu então a tendência de uniformizar os calendários. Assim, os meses deixaram de ter exactamente o número de dias das fases lunares e o ano passou a ter então sempre 12 meses. A primeira idéia desses ajustes, no número de dias do mês, foi dos egípcios que dividiram o ano em doze meses de trinta dias cada um e mais cinco dias de festas para completar os 365 dias. O mês de Fevereiro foi o único a ser preservado para coincidir com o número de dias das quatro fases lunares.

A data da Páscoa é calculada com base num calendário lunar, que é mantido pela igreja. É por isso que a data da Páscoa não é sempre a mesma de ano para ano.

O ano: A sua origem é comum em todos os calendários e corresponde ao período necessário para as estações do ano voltarem a repetir-se. Essa repetição coincide com uma volta completa da Terra em volta do Sol.




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