"Horas benditas, leves como penas, Horas de fumo e cinza, horas serenas..."_Florbela Espanca. E este será um recanto para um encontro de amigo(a)s, para tomar chá ou café, receitas caseiras em doses de afectos ou outros sabores de boa disposição...ah: e sobre ditos, mitos & ritos...

23/01/2009

CALENDÁRIOS _ II- O Calendário Celta

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CALENDÁRIOS _ II- O Calendário Celta





O Horóscopo Celta Lunar não foi desenvolvido baseado nos movimentos da lua (como alguns devem estar imaginando_ sobretudo atendendo ao título deste artigo, sendo como é genericamente conhecido/traduzido, mas sim nos períodos do ano em que as suas árvores sagradas tinham uma maior predominância de suas características e propriedades.



A natureza era a companhia do homem primitivo. Ela fornecia abrigo e alimento e, em retribuição, a humanidade a reverenciava. As religiões primitivas louvavam as pedras e montanhas, os campos e florestas, os rios e oceanos.

A Voz da Floresta é uma ponte mítica entre o mundo dos deuses e o dos homens, entrelaçado com a veneração que os Celtas tinham pelas árvores. Como uma representação do universo, as raízes das árvores habitam o solo, o conhecimento profundo da Terra.

E o tronco une as raízes ao céu, trazendo este conhecimento à luz.

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Horóscopo Lunar Celta


Em todas as sociedades Celtas, os druidas desempenharam um papel primordial. Aconselhando Reis, ensinando as ciências, dominando a medicina e a astronomia. É também o sacerdote, o Juiz e a memória do povo. É representado de túnica branca, de foice de ouro na mão, cortando o visco, mas não deixou nenhum texto escrito para testemunhar a sua sabedoria e os seus conhecimentos.
Sem dúvida, os druidas eram uma comunidade de sábios e deixaram poucos vestígios materiais de sua existência. E para reconstruir a história dos Druidas e encontrar a sua mensagem, apenas dispomos, infelizmente, dos testemunhos de autores ao serviço do império romano e de histórias compiladas pelos monges Irlandeses, Bretões e Gauleses da Idade Média; documentos tantas vezes suspeitos, mas inúmeros e vindos de horizontes diferentes, permitem verificações, e por vezes, algumas das suas informações são confirmadas pelas descobertas arqueológicas. Deste modo, os historiadores, os linguistas, os arqueólogos, reconstituem a pouco e pouco a sua herança perdida.


A sabedoria dos Druidas soube tornar os Celtas despreocupados, livres e alegres. O seu destino pessoal numa batalha deixava-os indiferentes. Nada se perfilava no horizonte da sua passagem pela Terra. Uma outra vida feliz, sem inferno nem purgatório, os esperava no Outro Mundo.
Sabe-se pelos relatos dos Celtas insulares que este Outro Mundo, espécie de universo paralelo, "o Sid", podia simbolicamente situar-se numa ilha do oceano, no extremo ocidental; ali, onde desaparece o Sol ao anoitecer, estava a Ilha; ou ainda ser imaginada no norte do mundo como a ilha de Avalon.




Todos os anos, em 1 de Novembro, pela festa de Samhain, que marcava o início do ano celta, o tempo e o espaço deixavam de existir e os dois Mundos comunicavam-se. As elevações neolíticas, as áreas cobertas, os túmulos, os dólmens, com corredores, serviam de ponto de contacto privilegiados com o mundo dos desaparecidos: prova de que os Celtas e os Druidas não tinham a menor dúvida sobre a antiguidade e a função funerária destes monumentos.




A morte das Florestas



"Muito sábios", mas também "Homens do Bosque", “Homens da Árvore", "Homens do Carvalho", sem dúvida foram os Druidas. Todos os testemunhos concordam neste aspecto: poetas, geógrafos, historiadores associaram os Druidas às florestas.
Por este motivo a conquista da Gália duplicou-se numa guerra contra as árvores; e César "foi o primeiro a ousar pegar num machado, brandi-lo e rachar com ferro um Carvalho perdido nas nuvens", refere Lucano.
A desarborização intensiva da Gália pelos romanos contribuiu bem eficazmente para o desaparecimento dos Druidas e Celtas.
Quando S. Patrício, em meados do século V, veio especialmente a Glastonbury com o intuito de cristianizar definitivamente o lugar Celta sagrado, começou por mandar abater com machado e alvião todas as árvores que cobriam a célebre colina do Tor.
Lutar contra as árvores era ainda nesta época uma forma de combater o Druidismo e a Cultura Celta.
Nas clareiras, no coração das profundas florestas, protegidas pela penumbra das criptas vegetais, os Druidas transmitiam pacientemente aos seus discípulos a sua sabedoria imemorial: estes afirmavam conhecer a grandeza e a forma da Terra e do mundo, os movimentos do Céu e dos astros, bem como a vontade dos Deuses. E durante muito tempo, fosse numa gruta, fosse nos pequenos vales arborizados afastados, continuaram ao seu povo uma doutrina secreta.

Na sua célebre descrição da apanha do visco pelos Druidas, Plínio, o Velho afirma que a cerimônia se realizava ao sexto dia da Lua, "que assinala entre eles o começo dos meses, dos anos e dos séculos que duraram 30 anos”.



*Os Brâmanes chamavam ao sexto dia da Lua Mahatithi, o Grande Dia.
Os Druidas, seus homólogos, consideravam este mesmo dia como particularmente sagrado e dotado de uma força considerável. A revolução sideral da Lua é de 27 dias, 7h e 43 minutos. É o tempo que o astro leva a voltar a uma mesma posição no céu em relação às estrelas.
Um século de 30 anos dos Druidas contém 401 meses de revolução sideral. É por isso que, por exemplo, nos romances da Távola Redonda, inspirados na tradição Celta, os Cavaleiros Guardiões do Graal são 400, número a que se vem juntar a figura do Rei.
A Lua e o planeta Saturno têm um parentesco curioso: durante um dia, a Lua percorre sobre a elíptica a mesma distância que Saturno no ano. Sem nos perdermos em pormenores, digamos que 30 dias da Lua equivalem a 30 anos de Saturno.
De acordo com um texto de Plutarco, "de facie in orbe lunae", foi possível deduzir que o século de 30 anos dos Druidas começava quando o planeta Saturno, Nyctouros, entrava no ciclo do touro, ou seja, quando todos os 30 anos, nesta época, Saturno e a Lua no seu sexto dia se viam em conjunção com a pequena constelação das Plêiades, a noite da festa de Samhain.
Mas se os séculos de 30 anos eram calculados em função do ciclo de Saturno e da revolução sideral da Lua, o calendário de todos os dias, como o encontrado em Coligny, em contrapartida, baseava-se na revolução sinódica(1), quer dizer, nos intervalos de tempo que separa duas fases idênticas do astro, ou seja, 29 dias 12h0 e 44minutos.
Um período de 5 anos chamava-se LUSTRE. Um ciclo druídico completo tinha 6 LUSTRES ou 30 anos. Uma era druídica tinha 630 anos ou 126 lustres.
A diferença entre revolução sideral e a revolução sinódica deve-se ao movimento da Terra. Existem 50 meses de revolução sinódica da Lua em quatro anos, e 150 em 12 anos. O número 50 e 150 (ou três vezes 50) surgem constantemente nas narrativas da cultura Celta, em particular na Tradição Irlandesa.
Com os romances da Távola Redonda, é a corte do Rei Artur que recorda este sistema; com efeito, segundo os poetas, os cavaleiros reúnem-se aí quer em número 12 quer de 50 ou ainda de 150. Assim, a corte do mundo sensível do Rei Artur opõe-se ao reino espiritual do Graal.



Plutarco, no texto já citado, conta que os habitantes das ilhas dispersas em redor da Grã-Bretanha, afirmam que Saturno é mantido prisioneiro pelo seu filho Júpiter na ilha nórdica de Ogígia. O planeta Júpiter percorre a elíptica em 12 anos, ou seja, 150 meses de revolução sinódica da Lua. A história Celta referida por Plutarco desvenda talvez apenas uma oposição entre dois modos de contar tempo.


Os Druidas não ensinaram uma religião, mas uma metafísica da Natureza.



A sua Confraria reuniu a aristocracia do saber e da filosofia. Guias espirituais eram também cientistas, físicos, astrónomos...
Um dos factos mais interessantes na cultura celta era a afinidade com a natureza: os celtas realizavam a contagem dos dias através do nascer e do pôr do sol. Levando-os a contarem as noites e não os dias, criando assim uma ligação perfeita entre o céu e a terra, entre o sol e a lua.
Assim o dia começa quando o sol se põe; ao contrário do que “vivemos” actualmente. O dia inicia-se com a Lua, com a Deusa mostrando que é a hora de trabalhar o mistério, o oculto, o morrer.
Ao amanhecer, o Deus vem fecundar e nutrir a Deusa, para que mais um dia possa ser gerado. Aceitar, entender esta prática sem fazer qualquer ligação com feitiçarias, para alguns é muito difícil, mas, para os Sacerdotes dos Celtas _ Os Druidas _ e para a cultura celta em geral, estes ensinamentos são de imensa profundidade.


Os druidas deram a cada um dos meses do ano o nome de uma das suas árvores sagradas; assim como fizeram com o alfabeto ogham. Cada letra deste alfabeto era representada por uma árvore, que, por sua vez, representava um período do ano. A este período demos o nome de mês; isto para fazermos um paralelo entre as duas culturas.

Ogham Chart (Quadro de Ogham)

Letra Lat. - N. em IrAr. - N. em IrMod. - N. em Português

B - Beithe (beth) - Beith - Betúla (Vidoeiro)
L - Luis - Luis - Sorveira
F - Fearn - Fearn - Amieiro
S - Sail - Sail - Salgueiro
N - Nin - Nion - Freixo
H - Uath (Huath) - Uath Pilriteiro (Espinheiro-alvar)
D - Dur (Duir) - Dair - Carvalho
T - Tinne - Tinne - Azevinho
C - Coll - Coll - Aveleira
Q - Quert - Ceirt - Macieira
M - Muin - Muin - Vinha
(silva, amoreira-silvestre)
G - Gort - Gort - Hera
nG - Getal (nGetal) - nGéadal - Giesta-das-vassouras (Cytisus scoparius)
Str - Straif - Straif - Espinheiro-negro
R - Ruis - Ruis - Sabugueiro
A - Ailm - Ailm - Abeto-Prateado
O - Onn - Onn - Tojo
U - Úr - Úr - Urze
E - Edad - Eadhadh - Álamo-Branco (Faia-Negra)
I - Ida - Iodhadh - Teixo
EA - Ebad - Éabhadh - Álamo-Branco
(Faia-Negra)
OI - Oir - Ór - Evônimo (
genero Euonymus)
UI - Uilleann - Uilleann - Madressilva
IO - Ifin - Ifín - Groselha
AE - Emancoll (Phagos) - Eamhancholl - Hamamélis




Veja-se agora, então, e através das linhas que se seguem, qual a árvore que rege o período do ano em que cada um nasceu:



MÊS - ÁRVORE - SÍMBOLO

Dez 24 a Jan 20 - Bétula - Águia ou Veado

Jan 21 a Fev 17 - Sorveira-brava - Dragão Verde

Fev 18 a Mar 17 - Freixo - Tridente

Mar 18 a Abr 14 - Amieiro - Pentáculo

Abr 15 a Mai 12 - Salgueiro - Serpente

Mai 13 a Jun 09 - Espinheiro - Cálice

Jun 10 a Jul 07 - Carvalho - Roda de Ouro

Jul 08 a Ago 04 - Azevim - Lança em Chamas

Ago 05 a Set 29 - Aveleira - Salmão

Set 30 a Out 27 - Videira - Cisne

Out 28 a Nov 23 - Hera - Borboleta

Nov 24 a Dec 22 - Sabugueiro - Pedras

Dez 23 - Visco - Corvo

Para aumentar os poderes de cada uma dessas árvores seria apropriado ter algum objecto feito da madeira da árvore que corresponde ao seu signo. E, preferindo, tenha-se o elemento que simboliza a árvore para que as suas características e propriedades terapêuticas possam agir sobre a pessoa, além de lhe trazer protecção. " (...)
(in: Awen /Mistérios Antigos)


N. E. _ Acontece que já há alguns anos tive a oportunidade de conhecer, através da leitura de uma estudiosa destes asssuntos, a existência de um horóscopo celta, que atribui a determinados dias do ano a "protecção" de uma dada árvore, que seria a que regeria o aniversário de cada um, de acordo com a sua data de nascimento, num ciclo al longo de seis meses. Casualmente _ ou não _ apresenta discrepâncias quanto a esta que se expôs acima. Aqui fica desse facto o registo, quanto mais não seja para dar algum realce à necessidade de encarar este tipo de informações com uma certa latitude...








FEVEREIRO _ Os Festejos Do Dia 2 De Fevereiro: de INBOLC à LUPERCALIA _ pela CANDELÁRIA...



Como já houve ocasião de ser verificado em outras páginas, as datas de celebrações do calendário cristão não são "inocentes", no sentido de terem sido instituídas a partir da origem desta religião. Com efeito, a Igreja teve o cuidado de as situar "sobre" momentos de celebrações populares de antigas tradições _ vulgo: "pagãs".
Serão então apresentadas informações sobre os eventos (con)celebrados na data indicada, a partir de informações recolhidas por aí, não muito longe...



A Roda do Ano Celta * (ver outras páginas sob o título )








A concepção de tempo dos pagãos (O termo pagão significando povo dos bosques), principalmente a dos Celtas- era um tanto quanto diferente da actual. O tempo era para eles, não linear, mas circular, cíclico; há também o calendário, que era para eles lunar( contava o início de 1 "dia" pela noite _ território da lua), enquanto que o nosso é um calendário solar.

Originários da tradição celta, os sabbaths ocorriam ( e ainda ocorrem, segundo os adeptos do neo-paganismo, pelo que não será de estranhar o uso do presente verbal em algumas das descrições que irão aparecer no decurso do texto que aqui se reproduz, na sua quase totalidade ) oito vezes ao ano, ou seja, duas vezes a cada estação. Nessas ocasiões, são homenageadas duas divindades: a Grande Mãe, ou simplesmente a “Deusa”, que simboliza a própria terra, e o Deus Cornífero, O Gamo Rei, protector dos animais, dos rebanhos e da vida selvagem. (...)
"Quando os raios do sol diminuem de intensidade ao cair da tarde é o momento de nos prepararmos para mais um dia. O povo Celta, assim como outros povos de origem pagã, celebram o começo dos dias através do anoitecer.
Cada anoitecer nos faz lembrar que a Deusa, com sua magia e seus mistérios, reinará através da Lua, das emoções, e das intuições, mostrando-nos que enquanto os homens se acalmam e repousam depois de um dia intenso de trabalho, os sacerdotes e sacerdotisas começam o semear de um novo dia.
O Deus, que também descansa durante a escuridão, prepara-se para um novo nascer, para um novo amanhecer.
Esse acordar e dormir, descansar e trabalhar, morrer e nascer fazem do dia e da noite momentos muito preciosos e de intensa comunhão entre o masculino e feminino. É preciso que as duas polaridades estejam em perfeita sintonia para que a Natureza se possa manter equilibrada. Da mesma maneira, como a imagem reflectida é o complemento da imagem projectada, homens e mulheres precisam de estar juntos para que a comunhão perfeita entre o Deus e a Deusa possa reflectir-se em momentos de intensa união e perfeição.
Esses momentos de equilíbrio entre o dia e a noite, marcados pelo pôr do sol, a metade da noite, o nascer do sol e a metade do dia, tornam-se de extrema importância no pensamento mágico. Da mesma forma, os momentos entre cada um desses pontos também se tornam importantes. Em um suposto tempo linear: os quatro momentos principais seriam: 6h, meia noite, 6h e meio dia; e os secundários: 9h, 3h, 9h, e 3h.
Sabendo que o universo é perfeito e que tudo que há no macrocosmos tem seu correspondente no microcosmos, muitas vezes é preciso entender o micro para alcançarmos e sentirmos a importância do macro. Para muitas pessoas fica mais fácil compreender o universo através de pequenos momentos do dia-a-dia para se ter uma real noção da extensão dos grandes momentos.
Como podemos ver existem quatro momentos do dia (24h) que são pontos vitais, e há quatro pontos secundários que são pontos de equilíbrio. No processo de imagem reflectida para imagem projectada, temos no ano (365 dias) quatro momentos vitais: o primeiro dia do ano e o primeiro dia do quarto, sétimo e décimo meses – dias que caem na divisão exacta do ano em quatro partes iguais, em quatro elementos. Temos, também, quatro momentos secundários: a entrada de cada uma das quatro estações, delimitadas pelos solstícios e equinócios. Assim, nesta óptica, a roda do ano esta formada e em eterna harmonia com o universo.
Esta era a maneira de pensar e agir dos Celtas, que tinham o seu calendário baseado nesses oito momentos do ano, quando se reuniam em clareiras e templos para festejar ritualisticamente essas oito datas.
A primeira dessas festas, segundo a nossa habitual divisão do ano _ segundo o actual calendário gregoriano que predomina no mundo
ocidental _ será Inbolc, a 1 ou 2 de Fevereiro









Inbolc ou Candlemmas - Festa do Fogo ou Noite de Brigit (01 de Fevereiro - Hemisfério Norte) e (01 de Agosto - Hemisfério Sul)

Inbolc quer dizer: dentro do útero. O Inverno ainda não foi embora, mas por baixo da neve a vida floresce e ganha força. As coisas não acontecem diante de nossos olhos, mas já estão lá, latente, pulsando, esperando o momento certo para vir à superfície. A Deusa vagarosamente recupera-se do parto, e acorda sob a energia revigorante do Sol.
Esse é o também chamado Festival das Luzes, em que se acendem velas por toda a casa, mais especialmente nas janelas, para anunciar a vinda do Sol e mostrar ao menino Deus seu caminho.
Pedidos, agradecimentos ou poesias devem ser queimados na fogueira ou no caldeirão em oferenda, no fim do ritual. O deus está crescendo e tornando-se mais forte, para trazer a Luz de volta ao mundo. É o momento de pedir protecção para todos os jovens, em especial para a família e amigos, mentalizando que o deus conserva sempre viva dentro de nós a chama da saúde, da coragem, da ousadia e da juventude. O lugar da casa a isso destinado _ como se fora um altar, nem que seja apenas mentalmente _ deve ser enfeitado com flores amarelas, alaranjadas ou vermelhas. (... ) "
(inmistériosantigos)

(...)" Inbolc _ o crescimento da luz
(Inbolg, Oimelc, Candlemas, Treguenda Lupercalia)
HS: 01/02 de Agosto HN: 01/02 de Fevereiro


Este Sabbath originou-se na antiga Irlanda, nas comemorações da Deusa Brighid, Brigid ou Brigith, homenageada como a "Noiva do Sol". Apesar de ser o auge do Inverno, este festival era dedicado ao aumento da luz e ao despertar das sementes enterradas na terra congelada. Na Roda do Ano, Inbolc é o oposto de Lughnasadh e festeja a Deusa como Donzela.

Inbolc ocorre seis semanas após Yule, simbolizando a recuperação da Deusa após o parto da criança solar e a sua transformação em Donzela jovem e cheia de vigor. A Igreja Católica aproveitou o antigo significado pagão e transformou esta data na festa da Candelária, a Purificação de Maria. A própria Deusa Brighid foi cristianizada como Santa Brígida e o seu santuário foi transformado em um mosteiro de monjas.
Brigidh ou Bride (pronuncia-se Bríd), era uma Deusa Tríplice, regente da Inspiração (arte, criatividade, poesia e profecia), da cura (ervas, medicina, cura espiritual e fertilidade) e da Metalurgia (ferreiros, ourives e artesãos). Por ser uma Deusa do Fogo, era homenageada com fogueiras, rodas solares, coroas de velas e rituais que despertavam ou activavam o Fogo Criador. As lendas celtas descrevem-na como a Deusa em sua apresentação de Donzela tocando, com seu Bastão Mágico, a terra congelada pelo Cajado da Anciã, despertando-a para a vida e aumentando a luz do dia. "

"O Sabbath Inbolc, cujo nome significa "apressar-se", celebrava o aumento da luz e a derrota do Inverno. Na véspera, todos os fogos e luzes eram apagados para serem reacesos, ritualisticamente, com as brasas das fogueiras dedicadas a Brigith.
Neste dia, com a comemoração do Disting, os povos nórdicos "enterravam" a negatividade e as agruras do Inverno, acendendo fogueiras nas encruzilhadas e purificavam a terra, salpicando sal e cinzas sobre ela.


A versão romana deste Sabbath (que originou a Treguenda relativa na Bruxaria Italiana) era a Lupercália e os alegres festejos para as Deusas Frebua, Diana e Vênus (e geralmente tendo lugar a 14 ou 15 de Fevereiro e de certo modo mais associados ao actual carnaval; mas depois se tratará dessa data...)



Na maioria das Tradições da Wicca, nesta data, são feitas as Iniciações dos novos adeptos e as Confirmações das Sacerdotisas. Por ser Brigith uma Deusa da cura, padroeira das Fontes Sagradas, ela era invocada nos rituais de purificação e cura, sendo reverenciada nas Fontes a ela consagradas. Até hoje, em certos lugares da Grã-Bretanha e Irlanda, as pessoas amarram fitas ou pedaços de roupas nas árvores próximas às antigas Fontes Sagradas, actualmente dedicadas a Maria ou às santas católicas, orando para obter a cura dos seus males.
A atmosfera deste festival é marcada pelo despertar das sementes, dos novos planos e novos projectos, pela iniciação em um caminho espiritual ou em novas oportunidades, pela aceleração e renovação das energias, pela purificação e pelo renascimento material ou espiritual, pela busca de presságios e pela preparação para sua realização.

Inbolc é uma data propícia para despertar a criatividade e abrir-se para a inspiração por meio da poesia, canções, narrativas, desenho, cerâmica ou dança. (...)"
(Fonte: FAUR, Mirella. O Anuário da Grande Mãe: guia prático de rituais para celebrar a Deusa)




A Candelária, festa da Purificação da Virgem, ou Apresentação ao Templo









"A festa da Apresentação de Jesus no Templo _também conhecida como festa da Candelária ou Festa da Purificação da Virgem _ celebra um episódio da vida de Jesus. Na Igreja Católica Romana, a apresentação é uma festa celebrada em 2 de Fevereiro e é o quarto Mistério Gozoso do Santo Rosário. Na Igreja Ortodoxa Oriental, é uma das doze Grandes Festas, e é muitas vezes chamada Hypapante (lit., 'Encontro'). Em muitas igrejas de litúrgia ocidental a festa da "Apresentação" marca o fim da época da Epifania. Na Igreja da Inglaterra, a "Apresentação de Cristo no Templo" (Candelária) é a principal festa celebrada quer, em 2 de Fevereiro ou no domingo entre 28 de janeiro e 3 de fevereiro.

Na Igreja Católica, com a reforma litúrgica do Concílio Vaticano II, esta festa tem sido referida como a festa da "Apresentação do Senhor".
O seu nome formal é a "Festa da Purificação da Virgem" (no rito uniata ritos da Igreja Católica) ou a "Apresentação de Jesus no Templo (especialmente no rito latino da Igreja Católica).
Na Igreja Ortodoxa é conhecido como "Festa da Apresentação de Nosso Senhor e Salvador no Templo", e em Igrejas Anglicanas é conhecido por vários nomes.
O evento é descrito no Evangelho de Lucas 2:22-40:

Segundo o Evangelho, Maria e José levaram o Menino Jesus ao Templo em Jerusalém quarenta dias após seu nascimento, para dedicá-lo a Deus, em consonância com a lei judaica da época.
Após trazer Jesus ao templo, a família encontrou Simeão; o evangelho regista as palavras de Simeão que disse que lhe tinha sido prometido que veria o Menino antes de morrer (Lucas 2:26) Simeão rezou a oração que se tornaria conhecida como o Nunc Dimittis, ou Cântico de Simeão, e profetizou quanto a Jesus assim como que uma espada trespassaria o Coração de Maria. A profetisa Anna foi também ao templo, e ofereceu orações e louvores a Deus por Jesus.


A Tradicional Candelária

Tradicionalmente, Candelária era a última festa do ano litúrgico datada por referência ao Natal; antes da reforma litúrgica do Concílio Vaticano II a Candelária marcava o fim do Natal e da Epifania. O actual calendário romano substituiu o sábado antes do Baptismo do Senhor pelo último dia da temporada litúrgica do Natal.
O termo "Candelária" refere-se a práticas encontradas em antigos missais romanos na qual um sacerdote em 2 de Fevereiro abençoava as velas de cera com um aspergilium para uso durante o ano. Esta prática é assim chamada no Missal Romano, para a cerimônia em que velas são abençoadas, algumas das quais são distribuídas aos fiéis para usarem em casa.

Na Polónia a festa é chamada "Matka Boska Gromniczna" ( "Matka Boska" = "a Mãe de Deus" + "Gromnica" = "beewax vela"). Também na antiga Escócia se costumava levar dinheiro aos professores para que pudessem comprar doces para os seus alunos." (inwikipedia)





03/01/2009

Novo Ano... Janeiro-09: CALENDÁRIOS


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Calendários


O que são os calendários?


Os primeiros calendários eram instrumentos destinados a fornecer as indicações astronómicas ou astrológicas (dia e mês). Normalmente eram construídos com dois ou mais discos perfurados e marcados que, ao serem posicionados correctamente entre si, forneciam os valores desejados.

Actualmente, calendário é um qualquer sistema de contagem de tempo, relativamente longo (maior do que um dia).
Os calendários actuais são formados por um conjunto de regras baseadas na Astronomia e em convenções culturais. O calendário é uma escala que divide o tempo em dias, semanas, meses e anos.



Como surgiram?
Os calendários surgiram com a necessidade de o homem contar o tempo e controlar as suas actividades. Surgiram inicialmente para pequenos períodos de tempo (dias e semanas) e posteriormente para programar os plantios e colheitas, determinados pelas estações. Mas a determinação precisa dos dias de início de uma estação e de fim da outra só era feita por sacerdotes muito experientes, que tivessem financiamento para construir e manter os observatórios, que eram caros e precários _ normalmente eram os reis que financiavam os sacerdotes, por isso, era difícil para os agricultores fazerem uma determinação precisa do início e do fim das estações.

A partir dessa necessidade os sacerdotes elaboraram os calendários que eram registos escritos dos dias e onde eram marcadas datas de cheias, plantios e colheitas. As estações ocorriam e ocorrem de forma regular a cada 365,25 dias, que é a duração do nosso ano. Então, bastava fazer a contagem correcta dos dias e marcar os dias de início e fim das estações como os temos hoje (21 de Junho _ início do Inverno; 22/23 de Setembro _ início da Primavera; 21/22 Dezembro _ início do Verão e 21 de Março _ início do Outono).





O nosso calendário

A duração exacta do ano é 365,242199 dias. Esse não é um número inteiro de dias, ou seja, o ano dura: 365 dias + 5 horas + 48 minutos + 47 segundos, que é o tempo necessário para que a Terra dê uma volta completa em redor do Sol. Por causa da falta de precisão nas observações, os antigos arredondavam para 365dias + 6 horas. Porém, se somarmos seis horas a cada ano, em quatro anos as estações ficam desfasadas um dia.
Daí existir o ano bissexto, ou seja, a cada quatro anos o ano tem 366 dias para que as estações não fiquem desfasadas com o passar do tempo. Se não houvesse o ano bissexto, em 360 anos o Inverno estaria a começar no Outono, ou seja, o início de todas as estações estaria atrasado 90 dias. Em 720 anos o Verão estaria a começar no Inverno.
A sugestão de inserir um dia a mais a cada quatro anos foi feita pelo astrónomo Sosígenes de Alexandria ao imperador Júlio César no ano 46 a.C. e por isso esse calendário passou a ser chamado de "Calendário Juliano" em homenagem ao imperador.


CURIOSIDADE

O calendário actual é mais preciso do que o calendário Juliano e considera o ano correctamente ou seja, 365 dias + 5 horas + 48 minutos + 47 segundos, menor que 365 dias e 6 horas.
Como só é possível contar o ano usando dias inteiros, a solução foi ajustar a contagem através da colocação ou retirada de anos bissextos (anos com 366 dias) nos anos que são múltiplos de quatro. Para entender melhor essa contagem vamos transformar o ano correcto em fracções de dias, ou seja, 365 dias + 1/4 dia - 1/100 dia + 1/400 dia - 1/3300 dia.

Dessa maneira basta olhar o denominador e o sinal da fracção para saber de quantos em quantos anos o ano bissexto existe ou deixa de existir. Exemplificando: (+1/4) representa que todos os anos múltiplos de 4 são anos bissextos, mas (-1/100) representa que todos os anos múltiplos de 100 não são bissextos, mesmo sendo múltiplos de 4 e (+1/400) representa que todos os anos múltiplos de 400 são bissextos mesmo sendo múltiplos de 100. Então o ano 2000 foi bissexto, porque é múltiplo de 400, mas o ano 1900 não foi e o ano 2100 também não será bissexto, pois são múltiplos de 100. Assim as estações nunca ficam desfasadas
Este é o calendário mais preciso que existe, é chamado de "Calendário Gregoriano"_ o calendário que nós usamos actualmente. Foi apdotado em 1582 pelo Papa Gegório XIII, com o objectivo de determinar correctamente a data da Páscoa. Mesmo antes de existir o telescópio as observações astronómicas já eram bastante precisas para conseguir saber a duração exacta do ano.

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Outros Calendários


Na antiguidade a comunicação entre os povos e principalmente entre os sacerdotes de cada nação era difícil devido à demora no transporte das informações, por isso trocar informações era algo muito demorado para que os calendários fossem os mesmos. Além disso, cada rei queria impor sua autoridade e impunha o calendário que lhe era conveniente. Por essas razões muitos calendários foram criados. Os principais eram:

Calendário Babilónico: o ano não tinha um número fixo de dias. O ano era dividido em 12 meses lunares de 29 ou 30 dias cada, o que somava 354 dias. Para acertar a data das estações do ano os Babilónios adicionavam um 13o mês a cada três anos, assim as estações não ficavam muito defasadas com o passar do tempo, mas essa adição do 13o não era muito regular, por causa da dificuldade no trânsito das informações. Também faziam a divisão do mês em semanas de sete dias.

Calendário Egípcio: é um calendário baseado no movimento solar. O ano tinha 365 dias, divididos em 12 meses de 30 dias que somam 360 dias e mais 5 dias de festas depois da colheita. Os egípcios tinham conhecimento de que o ano tinha 365,25 dias, mas até serem invadidos pelos romanos no século I a.C. não faziam a correcção de adicionar um dia a mais a cada quatro anos.

Calendário Grego: baseado nos movimentos solares e lunares, seguindo um padrão parecido com o calendário babilónico, porém a intercalação do 13o mês era bem mais desordenada.

Os índios americanos - Maias, Aztecas e Incas também tinham calendários baseados principalmente no mês lunar.



Hoje em dia temos basicamente três calendários em vigência no mundo. Um deles é o calendário que nós usamos e que conta os anos a partir do nascimento de Cristo, ou seja, o ano em que Cristo nasceu foi o ano 1, outros são os calendários muçulmanos e israelitas que não consideram o nascimento de Cristo e por isso apresentam anos diferentes do nosso.
O calendário israelita é baseado no babilônico. Uma curiosidade é que o dia desse calendário _ tal como o muçulmano _ se inicia com o pôr do Sol e não a 00h00min como o nosso calendário. O primeiro dia de cada ano novo não pode cair na quarta, sexta ou domingo. Se isso acontecer o início do ano é transferido para o dia seguinte.


As divisões dos calendários

As unidades básicas dos calendários são os dias. Os dias normalmente são agrupados em porções maiores que formam as semanas e os meses as estações e os anos. Esses agrupamentos ocorrem para facilitar a contagem como fazemos naturalmente com os números. Os seres humanos tinham a necessidade de contar a passagem do tempo e descobriram que a própria natureza se encarregou de fornecer agrupamentos que ajudavam nessa contagem.

As semanas: Existem dois motivos que fizeram os antigos agrupar sete dias para formar uma semana; um deles é baseado nas fases da lua. Se já observou as fases da lua perceberá que entre o quarto crescente e a lua cheia passam-se sete dias. Vimos que muitos calendários são baseados na lua para formar os agrupamentos.
Outro motivo que deu origem a esse agrupamento de sete dias para formar a semana eram os astros visíveis no céu a olho nu. Na antiguidade podiam ser vistos sete astros no céu _ que não eram estrelas; o Sol, a Lua, e cinco planetas: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. Por isso muitos povos deram a cada dia da semana o nome de um desses astros. Em muitos idiomas esses nomes estão presentes até hoje, veja a tabela abaixo.



















Astros - Espanhol - Italiano - Inglês - Português


Sol - Domingo - Domenica - Sunday - Domingo
Lua - Lunes - Lunedi - Monday - Segunda-feira
Marte - Martes - Martedi - Tuesday - Terça-feira
Mercúrio - Miercoles - Mercoledi - Wednesday - Quarta-feira
Júpiter - Jueves - Giovedi - Thursday - Quinta-feira
Vênus - Viernes - Venerdi - Friday - Sexta-feira
Saturno - Sabado - Sabato - Saturday - Sábado


Os meses: Tiveram a sua origem, em quase todos os calendários, nas fases lunares. Inicialmente os meses tinham 28 ou 29 dias, mas isso fazia com que o ano tivesse 12,5 meses o que dificultava um agrupamento coerente. Com o passar do tempo a comunicação foi se tornando mais fácil, a veiculação de calendários ficou mais simples e as dificuldades em dividir o ano em meses, foram sendo solucionadas aos poucos.
Surgiu então a tendência de uniformizar os calendários. Assim, os meses deixaram de ter exactamente o número de dias das fases lunares e o ano passou a ter então sempre 12 meses. A primeira idéia desses ajustes, no número de dias do mês, foi dos egípcios que dividiram o ano em doze meses de trinta dias cada um e mais cinco dias de festas para completar os 365 dias. O mês de Fevereiro foi o único a ser preservado para coincidir com o número de dias das quatro fases lunares.

A data da Páscoa é calculada com base num calendário lunar, que é mantido pela igreja. É por isso que a data da Páscoa não é sempre a mesma de ano para ano.

O ano: A sua origem é comum em todos os calendários e corresponde ao período necessário para as estações do ano voltarem a repetir-se. Essa repetição coincide com uma volta completa da Terra em volta do Sol.